Nos últimos anos, o mercado de meios de pagamento eletrônicos na Argentina se desenvolveu consideravelmente, graças ao auge do consumo e à evolução da bancarização, impulsionada pela entrada de novos segmentos ao mercado, principalmente dos jovens. Ao mesmo tempo, a porcentagem do consumo de meios eletrônicos cresceu significativamente no país, o que está gerando um aumento real demonstrado na quantidade de transações realizadas.
Não obstante isso, 70% das transações ainda são realizadas à vista; o que, como acontece na maioria dos países da América Latina, é a grande concorrência para os meios eletrônicos.
Para saber mais a respeito desse assunto a PaymentMedia conversou com Martin Lang, gerente nacional da MasterCard Argentina.
Ainda tem muita coisa a fazer a respeito da bancarização da população?
Temos que oferecer à população produtos de baixo custo, meios eletrônicos que sejam mais convenientes que o dinheiro vivo. Na Argentina não existe realmente o cartão pré-pago, que significa uma forma de conquistar mercados onde costumava dominar o dinheiro, já que há muitas transações de baixo valor esperando ser operadas através de meios eletrônicos.
De que forma a MasterCard trabalha para não perder importância ante os cartões de marcas privadas e varejistas na Argentina?
Acreditamos que associar a marca da MasterCard com os grandes varejistas significa uma grande oportunidade; é por isso que nos unimos a eles. No Chile, por exemplo, 80% das compras são feitas nas grandes lojas e 20% em lojas comuns. Na Argentina é exatamente o contrário, o que significa que os grandes varejistas e as grandes lojas têm uma enorme oportunidade de aumentar sua participação.
Como você vê a migração para o chip EMV na Argentina?
Vai acontecer de forma natural, já que é uma tendência global. Penso que aparecem duas coisas com o apogeu dos meios eletrônicos: a fraude e a utilização do chip como ferramenta para oferecer melhor serviço aos próprios clientes a partir da informação positiva.
Na Argentina, o nível de fraude sempre foi baixo, por isso nunca existiu um motivo comercial tão atraente para incorporar o chip como ferramenta de proteção. Infelizmente, a fraude com cartão opera com fitas magnéticas em territórios convenientes para isso. A Argentina foi um mercado muito atraente para cometer fraude nos anos 90, mas não tanto assim na década de 2000.
Apesar disso, dado que o resto do mundo está migrando para o chip, acontece agora que os pontos de venda nas lojas e nos caixas automáticos que se instalam já integram a tecnologia chip. Assim, provavelmente teremos no futuro instituições emissoras interessadas em incorporar chip aos seus cartões, não somente para prevenir o fraude, mas para oferecer um melhor serviço aos clientes.
A MasterCard e a Telefónica lançaram recentemente a Wanda, uma nova solução para desenvolver as transações móveis. Você pode descrever o sistema?
A Wanda é um empreendimento associado das companhias que escolheu à Argentina como o primeiro país da região para lançar o produto pela solidez do seu mercado interno e a elevada penetração do telefone celular. O produto é uma carteira eletrônica associada ao celular para que os usuários possam realizar transferências de dinheiro, recargas de celular e pagamentos em estabelecimentos comerciais. Essa nova plataforma oferece um serviço rápido, simples e seguro para que os usuários tenham a possibilidade de poupar tempo e operar sem precisar do dinheiro em espécie no bolso.
Embora o sistema esteja no meio do seu processo de desenvolvimento , e seu desenho ainda esteja a finalizar para que possa ser um serviço atraente (especialmente para um grande número de clientes que atualmente não contam com um cartão de crédito mas têm celular), estamos convencidos que terá sucesso.
O celular é reconhecido como um meio idôneo de pagamento tanto por especialistas da indústria quanto por consumidores, porém seu impacto ainda não é muito claro. A realidade é que todas as instituições querem ter alguma proposta de pagamentos móveis, e para satisfazer essa necessidade é que a MasterCard está desenhando essa proposta de valor integral.
Como você vê o mercado argentino de pagamentos contactless? Pensa que vamos ver a implementação dessa tecnologia no médio prazo?
Absolutamente. Acho que o contactless será implementado principalmente nos estabelecimentos comerciais onde têm muito trânsito e custos baixos. Em alguns países se adotou de verdade, como é o caso do Carrefour na França ou na Espanha, e outros aplicativos na Austrália. Embora ainda reste desenvolver a infraestrutura essencial para criar aceitação, é uma tecnologia que provavelmente terá muita recepção porque é muito fácil de utilizar.
Nós ainda trabalhamos para ter a infraestrutura que nos permita oferecer o serviço, porque não adianta prometer um produto que ainda não está desenvolvido nem funcionando. É por isso que, como primeira medida, estamos focados no desenho da infraestrutura de base para continuar com a rede de aceitação e com os clientes, para depois poder espalhar esse serviço.
Qual é sua opinião do NFC?
Acho que é o futuro. Ainda faltam determinar os limites de compra que terão esses meios de pagamento, porque serão tão simples que devemos ter certeza do procedimento para prevenir a fraude para que os pagamentos sejam seguros e bem adotados. A MasterCard, como marca e como administradora de marcas, deve definir e disponibilizar a melhor tecnologia para que os clientes possam utilizar o NFC.
As medidas adotadas pelo governo argentino com referência ao dólar influíram de alguma forma no negócio dos cartões?
A resposta depende da perspectiva. Essas medidas têm promovido o consumo dos argentinos no exterior. O cartão de crédito se tornou um meio de pagamento com muito valor no exterior, o que interessa ao governo porque é uma forma de promover a transparência da economia. As pessoas usam o cartão como forma de comprar com dólares, mas também porque dessa forma estão formalizando as transações. É uma situação onde ganha o governo, porque a economia fica mais transparente, e ganha o usuário, porque ele tem um meio útil e prático para utilizar seu cartão no exterior.
A respeito do “cepo cambiário”, que gerou algumas dúvidas sobre o que irá acontecer com o consumo, só posso dizer que o consumo continua a ser muito elevado. Ninguém sabe o que acontecerá, mas a realidade é que também há um aumento na quantidade de transações, por isso o impacto do consumo com cartões ainda não tem mudado, e se a expectativa é para o consumo diminuir, isso ainda não se refletiu.
Que pode se esperar da MasterCard na Argentina para o resto do ano e para o ano que vem?
Tentaremos continuar oferecendo o melhor serviço e os melhores benefícios, e procuraremos mais bancos que emitam a nossa marca, o que acontece atualmente. Ao mesmo tempo, procuramos oferecer atenção para todos os setores da população, não somente para o consumidor frequente ou para o premier, que são os mais buscados por causa do seu nível de consumo, mas também para o segmento não bancarizado e para o segmento de menor renda.
En los últimos años, el mercado de medios de pago electrónicos en Argentina se ha desarrollado considerablemente, gracias al auge del consumo y al proceso de bancarización, impulsado por la entrada de nuevos segmentos al mercado, en particular los jóvenes. A su vez, el consumo de medios electrónicos ha crecido en porcentajes significativos en el país, lo que viene generando un aumento real que se traduce en la cantidad de transacciones realizadas.
Sin embargo, todavía el 70% de las transacciones se realiza a través de efectivo, por lo que, al igual que en la mayoría de los países de América Latina, allí reside la gran competencia de los medios electrónicos.
Para conocer más sobre este escenario, PaymentMedia dialogó con Martin Lang, Country Manager de MasterCard Argentina.
¿Queda mucho por hacer en torno a la bancarización de la población?
Hay que ofrecer a la población productos de bajo costo, es decir, medios electrónicos mucho más convenientes que el efectivo. En Argentina no existe realmente la tarjeta prepaga, y esta es uno de las muchas maneras de lograr una canibalización sobre el efectivo, ya que en particular hay muchas transacciones de bajo monto que están esperando para ser llevadas a medios electrónicos.
¿De qué forma trabaja MasterCard para no perder terreno frente a las tarjetas de marcas privadas y retail en Argentina?
Creemos que es una gran oportunidad asociar la marca de MasterCard con los grandes retailers, por eso tenemos alianzas con ellos. En Chile, por ejemplo, el 80% de las compras se hacen en las grandes tiendas y el 20% en comercios en general. En Argentina es exactamente al revés. Esto implica que los grandes retailers y las grandes tiendas tienen una enorme oportunidad de ir creciendo en participación, y por eso es para nosotros es muy importante tener alianzas con ellos.
¿Cómo ve el mercado argentino en torno a la migración a chip EMV?
Ese es un movimiento que se dará casi de forma obligatoria, ya que es una tendencia mundial. Creo que hay dos cuestiones que aparecen con el auge de los medios electrónicos: el fraude y la utilización del chip como herramienta para dar un mejor servicio a los mismos clientes a partir de la información positiva.
En Argentina el nivel de fraude ha sido muy bajo, de manera que no ha habido un caso de negocio demasiado atractivo para incorporar el chip como herramienta para protegerse. Lamentablemente los fraudes con tarjeta operan a través de bandas y buscan los países más convenientes para realizar fraudes. Argentina en los años 90 fue muy interesante como destino, pero en la década del 2000 no tanto.
Sin embargo, como el resto del mundo está yendo a chip, lo que está sucediendo ahora es que en primer lugar los puntos de venta en los comercios y en los cajeros que se están instalando ya incorporan la tecnología chip. Así, seguramente después habrá emisores que estarán interesados en incorporar el chip a sus plásticos, no solo en la medida en que les sirva para prevenir el fraude sino también para dar un mejor servicio a los clientes a través de la información que se pueda almacenar en un chip.
Recientemente, MasterCard y Telefónica lanzaron Wanda, una nueva solución para desarrollar las transacciones móviles. ¿Puede describir el sistema?
Wanda es un emprendimiento asociado de las compañías, que eligió a Argentina como primer país de la región donde lanzar el producto por la solidez de su mercado interno y a la elevada penetración del celular. Se trata de una billetera electrónica asociada al teléfono celular para que los usuarios puedan realizar transferencias de dinero, recarga de crédito telefónico y pago en comercios. Esta nueva plataforma ofrece un servicio rápido, sencillo y seguro para que los usuarios tengan la posibilidad de ahorrar tiempo y operar sin necesidad de contar con efectivo en sus bolsillos.
Si bien el sistema se encuentra en pleno desarrollo, creemos firmemente que será un éxito, pero aún se está terminando de diseñar para que pueda ser un servicio apetecible en particular por la gran cantidad de clientes que hoy no cuentan con una tarjeta de crédito pero sí con un celular.
El celular es reconocido tanto por expertos de la industria como consumidores, como un medio idóneo de pago, pero todavía el impacto no está muy claro. La realidad es que todos los players quieren tener alguna propuesta para pagos móviles, así que desde MasterCard estamos diseñando la propuesta de valor integral para poder satisfacer esa necesidad.
¿Cómo ve el mercado argentino frente a los pagos contactless? ¿Cree que estaremos viendo una implementación de este tipo a mediano plazo?
Sí, absolutamente. Creo que el contactless va a llegar particularmente en aquellos comercios de alto tráfico y de bajo monto, donde tienen picos de tráfico. Hay algunos países donde se ha adoptado realmente, con casos como el de Carrefour en Francia o España, y otras aplicaciones en Australia. Si bien hace falta desarrollar toda una infraestructura de base en la red de aceptación, es una tecnología que seguramente tendrá muy buena aceptación porque es muy sencilla de utilizar.
Nosotros todavía estamos trabajando para tener la infraestructura que nos permita ofrecer el servicio, porque de nada sirve prometer algo que aún no está desarrollado y en proceso de ejecución. Así que primero estamos diseñando la infraestructura de base, para luego ir a la red de aceptación y a los clientes, para difundir este servicio.
¿Y qué opina sobre el NFC?
Yo creo que ese es el futuro. Lo que hay que determinar es qué límites de compra tendrán estos medios de pago, porque va a ser tan simple que, para que sean seguros y bien adoptados, se debe tener bien claro cómo se va a prevenir el fraude. Nosotros, como marca y como administradores de marcas, tenemos que definir y disponer de la mejor tecnología para que las personas puedan utilizar el NFC.
¿Han influido de alguna manera en el negocio de tarjetas las medidas que tomó el gobierno argentino en torno al dólar?
Depende del punto de vista con que se mire. En cuanto al consumo de argentinos en el exterior, lo ha promovido. La tarjeta de crédito se ha vuelto un medio de pago muy valorado en el exterior y al gobierno también le interesa porque es una manera de promover el blanqueo de la economía. La gente utiliza la tarjeta como una manera de comprar en dólares, pero en realidad también parten de la base que está formalizando todas esas transacciones, por lo cual esto es un ganar-ganar para todos, para el gobierno porque blanquea la economía y para el usuario porque tiene un medio idóneo y práctico para utilizar su tarjeta en el exterior.
Con relación al cepo cambiario -que ha generado algún tipo de dudas acerca de qué pasará con el consumo-, lo único que puedo decir es que hasta ahora el consumo sigue altísimo y muy muy fuerte. Veremos qué pasa en el futuro, pero la realidad es que también se ve un aumento en la cantidad de transacciones en términos reales, así que debo decir que el impacto del consumo con tarjetas hasta ahora no se ha modificado y si se supone que debe ser negativo, hasta ahora no se ha reflejado.
¿Qué podemos esperar de MasterCard en Argentina en lo que queda de este año y el año que viene?
Trataremos de seguir dando el mejor de los servicios y los mejores beneficios, y buscaremos que más bancos emitan nuestra marca, que es lo que está sucediendo. A la vez, buscamos atender a todos los segmentos, no solamente al afluente o al premier, que es obviamente donde todos quieren atender por el nivel de consumo promedio, sino también al segmento no bancarizado o al segmento de menores recursos.